si·nes·te·si·a- [grego sunaísthesis, -eos, sensação simultânea, percepção simultânea]; Produção de duas ou mais sensações sob a influência de uma só impressão; Figura de estilo que combina percepções de natureza sensorial distinta.
Originária da palavra grega
synaísthesis, cujo significado é “sentir junto” ou “sentir ao mesmo tempo”, e definida
como uma mistura de sentidos, que baralha as explicações científicas, defino-a
como algo que não se vê, nem se imagina, mas que se sente. Uma condição
neurológica que faz com que um estímulo, num sentido, provoque reacções noutro,
numa espécie de análise que combina visão, audição, olfacto, paladar e tacto.
A maioria de nós é capaz de
relacionar uma imagem a um som, ou a um cheiro no nosso dia-a-dia, sendo que a
mistura de sensações está presente na nossa linguagem. É comum utilizarmos mais
de um sentido para explicar as coisas e como elas nos parecem. Descrevemos
pessoas como doces ou amargas e as cores [algo que se vê] podem ser quentes ou
frias [que são sensações tácteis]. Esta estratégia linguística também é chamada
de sinestesia. E aqui o termo, além de significar uma condição neurológica,
passa também a expressar uma figura de linguagem.
Esta capacidade de combinar
sensações fez da sinestesia um recurso com uma estreita relação com o universo
literário e artístico. “Um namoro” que se tornou mais intenso em poetas
simbolistas, como o famoso Charles Baudelaire. À semelhança de muitas outras “sensações
reais”, como se trata de algo subjectivo não pode ser entendido, nem explicado,
racionalmente. “Seria como descrever a visão a alguém cego de nascença”. Um
sinesteta vivencia as diferentes sensações de forma diferente. Única e muitas
vezes fascinante, até. A sinestesia ajuda-nos a perceber melhor o mundo. Enriquece-nos.
“Alguns homens vêm as coisas como
são, e dizem: Porquê? Eu sonho com as coisas que nunca foram e digo: Por que
não?” ➸ |Simples assim|.
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