SE A BABI MANDASSE #11

Apesar de defender muito a unicidade, por vezes existem momentos em que é bom não a sentirmos. Sobretudo no que toca a ideias e maneiras de pensar semelhantes. É mesmo |muito| bom quando percebemos que não somos os únicos a pensar de determinada forma ou a ter as mesmas interrogações, sobre determinado|s| assunto|s|.

Nos últimos 14 anos, da minha existência, tenho-me debatido, sobretudo no Verão, com uma temática que não entendo, não concordo e não acho minimamente justa e, até ontem, nunca tinha lido algo sobre o assunto, muito menos que espelhasse 300% tudo aquilo que penso. Li e lá está, não me senti única. A começar pelo título do mesmo, este é um texto que levanta uma enorme questão e aponta o dedo a uma realidade que é urgentíssima mudar, no nosso país. Bem sei que já há muita coisa a evoluir, e que, passito a passito, se vai alterando, mas o problema de fundo mantem-se.

“Devo dizer que não entendo as limitações que se colocam, praticamente em todos os estabelecimentos, à entrada de animais.” Excluindo os espaços de restauração, que me parecem lógicos – embora então devêssemos exigir coberturas anti pombos que, em Lisboa, não fazem cerimónia de esvoaçar, encher tudo de penas e até debicar o que estamos tranquilamente a comer". Nada ou quase nada, a comentar aqui. De facto, é quase enigmático o quanto certas coisas nos parecem normais, como ter pombos, ou ratos com asas, como lhes chamo, a fazerem parte do cenário de uma qualquer 'Padaria Portuguesa', mas ter um cão a entrar lá dentro, ao nosso lado, para retirar a senha um ou dois e fazer o pedido, por exemplo, já seria chocante…

E agora, “a” grande questão, levantada pelo mesmo texto ”Um cão à solta numa praia pode ser caótico no que perturba o bem-estar de quem está sossegadamente a ler ou a dormitar ao sol, ou simplesmente deitado na toalha a contemplar o mar. Mas o que dizer dos adolescentes que jogam à bola, das pessoas que colocam rádios em altos berros, que gritam e soltam um palavrão em cada duas palavras que dizem, que correm e nos enchem de areia?" Bom, aqui remeto os meus comentários para os últimos textos que escrevi no "Se Eu Mandasse", este e este.

“Um cão pode fazer cocó – é certo. Para isso existem saquinhos bem baratos, usados pelos donos nos passeios quotidianos. E as pessoas sejam “tias” ou “do povo”, que enterram beatas na areia, para depois uma criança as desenterrar e comer, podendo morrer? Sim… com uma beata no estômago pode morrer--se; com um cocó de cão, por muito nojento que seja, não se morre. Os cães fazem xixis. Dará para enterrar, mas será mais difícil limpar. E as crianças? E os adultos, quando estão parados com água pela cintura, fingindo hesitar em mergulhar… e no fundo estão a “aliviar-se”? O que é mais curioso é que há praias em que a presença de cães é autorizada, noutras não é, sendo praias similares e os tais “riscos” ou “inconvenientes para os banhistas” iguais – conclui-se, portanto, estarmos perante um poder discricionário e idiota”. Idiota é, para mim, ser muito simpático dado que existe aqui um princípio que, na minha opinião, nós os ditos humanos não nos lembramos- É que a praia é um local que não foi criado pela espécie humana, logo a minha grande questão é porque é que apenas os humanos a podem frequentar? Anseio pelo dia em que alguma vez vá ter algum tipo de resposta, minimamente, válida.

Assim como o autor deste texto também concordo, na íntegra, que as regras a aplicar sejam as mesmas da circulação na rua, mas só e apenas isso. Cada vez mais um animal é considerado e visto como aquilo que é, ou seja, um membro da família, logo faz algum sentido não estar connosco nas férias ou num qualquer dia em que decidimos passar na praia? Não, não faz e ainda estimula mais um dos maiores flagelos do Verão- O abandono.

Posto isto, “Se Eu mandasse” poria quem legisla e dita estas maravilhosas leis a optar, ao fim-de-semana ou nas férias, se deixaria em casa o filho "A" ou "B", ou se levava o Amigo "X" e não o "Y"... É tudo uma questão de bom senso e de não nos apoderarmos de algo que não nos pertence. Mudando o paradigma seria tudo como deveria ser, ou seja, justo e |muito| simples!

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