Apesar de defender muito a unicidade, por vezes existem
momentos em que é bom não a sentirmos. Sobretudo no que toca a ideias e
maneiras de pensar semelhantes. É mesmo |muito| bom quando percebemos que não
somos os únicos a pensar de determinada forma ou a ter as mesmas interrogações, sobre determinado|s| assunto|s|.
Nos últimos 14 anos, da minha existência, tenho-me debatido, sobretudo
no Verão, com uma temática que não entendo, não concordo e não acho minimamente
justa e, até ontem, nunca tinha lido algo sobre o assunto, muito menos que espelhasse
300% tudo aquilo que penso. Li e lá está, não me senti única. A começar pelo título
do mesmo, este é um texto que levanta uma enorme questão e aponta o dedo a uma
realidade que é urgentíssima mudar, no nosso país. Bem sei que já há muita
coisa a evoluir, e que, passito a passito,
se vai alterando, mas o problema de fundo mantem-se.
“Devo dizer que não entendo as limitações que se colocam,
praticamente em todos os estabelecimentos, à entrada de animais.” Excluindo os
espaços de restauração, que me parecem lógicos – embora então devêssemos exigir
coberturas anti pombos que, em Lisboa, não fazem cerimónia de esvoaçar, encher
tudo de penas e até debicar o que estamos tranquilamente a comer". Nada ou
quase nada, a comentar aqui. De facto, é quase enigmático o quanto certas coisas
nos parecem normais, como ter pombos, ou ratos com asas, como lhes chamo, a fazerem
parte do cenário de uma qualquer 'Padaria Portuguesa', mas ter um cão a entrar lá
dentro, ao nosso lado, para retirar a senha um ou dois e fazer o pedido, por
exemplo, já seria chocante…
E agora, “a” grande questão, levantada pelo mesmo texto ”Um
cão à solta numa praia pode ser caótico no que perturba o bem-estar de quem
está sossegadamente a ler ou a dormitar ao sol, ou simplesmente deitado na toalha
a contemplar o mar. Mas o que dizer dos adolescentes que jogam à bola, das
pessoas que colocam rádios em altos berros, que gritam e soltam um palavrão em
cada duas palavras que dizem, que correm e nos enchem de areia?" Bom, aqui
remeto os meus comentários para os últimos textos que escrevi no "Se Eu Mandasse", este e este.
“Um cão pode fazer cocó – é certo. Para isso existem
saquinhos bem baratos, usados pelos donos nos passeios quotidianos. E as
pessoas sejam “tias” ou “do povo”, que enterram beatas na areia, para depois
uma criança as desenterrar e comer, podendo morrer? Sim… com uma beata no
estômago pode morrer--se; com um cocó de cão, por muito nojento que seja, não
se morre. Os cães fazem xixis. Dará para enterrar, mas será mais difícil
limpar. E as crianças? E os adultos, quando estão parados com água pela
cintura, fingindo hesitar em mergulhar… e no fundo estão a “aliviar-se”? O que
é mais curioso é que há praias em que a presença de cães é autorizada, noutras
não é, sendo praias similares e os tais “riscos” ou “inconvenientes para os
banhistas” iguais – conclui-se, portanto, estarmos perante um poder
discricionário e idiota”. Idiota é, para mim, ser muito simpático dado que existe aqui
um princípio que, na minha opinião, nós os ditos humanos não nos lembramos- É que
a praia é um local que não foi criado pela espécie humana, logo a minha grande
questão é porque é que apenas os humanos a podem frequentar? Anseio pelo dia em
que alguma vez vá ter algum tipo de resposta, minimamente, válida.
Assim como o autor deste texto também concordo, na íntegra,
que as regras a aplicar sejam as mesmas da circulação na rua, mas só e apenas isso. Cada vez
mais um animal é considerado e visto como aquilo que é, ou seja, um membro da
família, logo faz algum sentido não estar connosco nas férias ou num qualquer
dia em que decidimos passar na praia? Não, não faz e ainda estimula mais um dos
maiores flagelos do Verão- O abandono.
Posto isto, “Se Eu mandasse” poria quem legisla e dita estas maravilhosas
leis a optar, ao fim-de-semana ou nas férias, se deixaria em casa o filho "A" ou "B", ou se levava o Amigo "X" e não o "Y"... É tudo uma questão de bom
senso e de não nos apoderarmos de algo que não nos pertence. Mudando o
paradigma seria tudo como deveria ser, ou seja, justo e |muito| simples!
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