e·na·mo·rar. se- (en- + amor + -ar)- Tornar apaixonado; Cativar; Encantar-se; Apaixonar-se.
Palavra e termo não muito
utilizado quando o “assunto” é o estar apaixonado|a| e daí, à semelhança de
outras palavras pouco usadas no nosso dicionário, me enamorar tanto por ela.
Apesar de, na sua definição, ser = a estar apaixonado, o enamorar-se, o estar
enamorado|a|, de certa forma, parece|-me| ser mais que uma paixão. Parece
|-me| existir algo de mágico associado a esta palavra, que nos faz pensar e ter todo o tipo de sentimentos, no coração, o lugar onde tudo acontece.
Ainda que tenha uma sonoridade
bastante parecida, este "e" antes do namorado|a|, faz toda a
diferença, uma vez que estar enamorado|a| é um estado. Nosso. Vivido
internamente, logo, pode ser, ou não, correspondido. O enamorar-se diz que a
pessoa foi cativada, encantada, por algo ou alguém, de modo irresistível. Um
arrebatamento que surge de um momento, de uma palavra, de um cheiro, de um
olhar. Um arrebatamento que, pode muitas vezes, deitar por terra todas as
certezas e verdades absolutas, que vamos construindo interiormente, sobre
gostos e não gostos, que julgamos ter e que sobretudo julgamos que nunca iriam
mudar. Mas, mudam. Assim, de repente. E, é bom descobrir que, afinal, até gostamos de "azul" quando afirmávamos, com todas as letras, que não. Um arrebatamento que surge “do nada"
e, naturalmente, sem qualquer tipo de plano, ou aviso prévio. Simplesmente
acontece. Em qualquer hora. Em qualquer lugar. A nossa vontade, se é ou não
conveniente, a lógica e a racionalidade ficam, completamente, de fora desta
equação.
Enamorar-se implica uma série de
emoções que sentimos, constantemente, que vão desde o coração à
pele. Pode provocar-nos estados de felicidade que nos levam à lua vezes seguidas
e que parece vermos reflectidos em tudo o que nos rodeia. Tudo o que até já nos
rodeava mas que, agora, vemos de maneira diferente. Poderíamos estar um tempo
infinito a tentar perceber e a arranjar justificações de “como” e “porquê” é
que acontece|u| e nunca chegaríamos a uma |só| única conclusão.
Curiosamente e apesar de ser algo
que acontece a todas as pessoas e que, portanto, nos liga como seres ditos humanos,
a verdade é que é um fenómeno que ocorre, sempre, de forma singular logo, tudo
o que lhe está associado, varia de pessoa para pessoa. Algo que não se explica
mas |apenas| se sente. E, por vezes, é bom não saber explicar e apenas
sentir. Como uma fórmula química que resulta na perfeição, uma peça que, de
repente, encaixa.
“Diz-se” que, este é um estado
efémero e que, por isso mesmo, está destinado a ser sentido durante pouco
tempo. Mas, e uma vez que, o tempo e a forma como o sentimos, internamente, é também
único, acredito que, às vezes, este “para sempre”, que automaticamente nos
remete a pensar em muito, podemos, na verdade, sentir como pouco, tempo.
↣ Para sempre, reconhecer que algo
ou alguém, para além de nós, é único. Para sempre, tornar esse algo ou alguém
único para nós. Para sempre, como se o tempo parasse. Para sempre, sentir tudo
sem saber descrever nada. |Simples assim|. ↢
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