Das coisas que mais gosto de ouvir é piropos. Não que os
façam a mim – gosto de ouvir piropos enviados a mulheres. Bons ou maus, não
interessa, fazem-me sempre rir. Mas já há muito tempo que os clássicos “Ainda
dizem que as flores não andam” ou “Ainda dizem que as rosas têm espinhos”
apenas me fazem esboçar um sorriso… são curtos e claramente pouco certeiros.
Outros existem, com mais ou menos classe. Não interessa –
fazem-me sempre rir. “A tua mãe só pode ser uma ostra para cuspir uma pérola
como tu” é um exemplo bem simpático e pouco ordinário, bem como “Diz-me lá como
te chamas para te pedir ao Menino Jesus”. Não vou explanar aqui os mais
ordinários porque a minha mãe ainda é viva e há que respeitar a senhora.
Entre os mais espirituosos, gosto especialmente do
“Acreditas em amor à primeira vista ou tenho de passar por aqui outra vez?” e
ainda “queria ser um patinho de borracha para passar o dia na tua banheira”.
Convenhamos que não são muito elaborados, mas têm o seu charme, não acham?
Mas depois existem os mais românticos, aqueles que enchem o
olho até da menina mais distraída. São piropos que se pretendem certeiros, já a
demonstrar alguma inteligência e parece-me impossível que uma mulher não fique,
no mínimo, atenta a este ser tão galante. Entre os que mais gosto contabilizo
“Queria ser lágrima para nascer nos teus olhos e morrer na tua boca” e “Se a
lua é bonita, mais bonito é o sol, mas o teu olhar não tem comparação”.
Digam-me lá se estes não são tiros certeiros? Nunca os experimentei (gosto mais
daqueles tipo trolha), mas se fosse mulher caía que nem uma patinha…
Conto aqui uma história verídica passada no Algarve. Na fila
do supermercado, o tipo diante de mim coloca o Multibanco na máquina e a demora
da operação leva o seu amigo a oferecer ajuda: “Queres que ponha o meu?”. A
resposta não se fez esperar, de sorriso maroto e a olhar fixamente para a
empregada da caixa: “Eu é que quero meter o meu em todo o lado!”. E qual a
reacção dela? Sorriu e ficou também a olhar para ele! É caso para dizer “não há
fome que não dê em fartura!”. Conclusão: qualquer piropo serve é preciso é
dizê-lo com convicção – pelos vistos elas agradecem… ou não é bem assim?
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