des·pe·di·da- Acto de despedir ou despedir-se; Cumprimentos a (ou de) quem sai de um lugar; Fim, termo.
Palavra que nos produz um enorme amargo na boca e gigante no coração. Costumo dizer que o maior erro na nossa concepção, como seres humanos, uma verdadeira falha no nosso sistema, tão perfeito, é não sabermos lidar com ela|s|. Não somos feitos, não sabemos enfrentar as despedidas, como algo de natural, e daí nunca estarmos preparados para elas. Até porque, desde as mais simples às mais complexas e duras nunca sabemos quando vão acontecer. Chegam sempre sem aviso prévio e esta é uma dura realidade. Demasiado dura.
Sabemos, racionalmente, que nunca sabemos quando é a última vez que vemos, estamos, beijamos, abraçamos, alguém, mas ainda assim não vivemos de acordo com esta premissa. Pelo contrário, vivemos como se tudo fosse eterno, como se nós fossemos eternos e vivemos o nosso dia-a-dia a pensar que o que não fizemos hoje podemos fazer amanhã. Ou sobretudo, o que não dissemos hoje, podemos dizê-lo amanhã, mas a verdade é que nunca sabemos se esse 'amanhã' irá existir. E, a visita, o encontro, a conversa, o café, que andamos para marcar há não sei quanto tempo e que achamos sempre que irá acontecer, mais tarde, pode não acontecer. Podemos |já| não ter tempo para o fazer. Tempo. O implacável tempo. Aquele que não pára. Nunca.
Não lidamos com o efectivo, com o parte má, porque existe, do 'para sempre'. E, dentro da nossa, tão rápida, existência aqui, existem de facto, coisas que vão ser para sempre. A Saudade, que sentimos, é uma delas. A saudade, que temos, de determinadas fases, momentos, pessoas, sentimentos, etc. O facto de sabermos que não voltaremos a viver determinados coisas com determinadas pessoas, sítios, que tanto nos marcaram. Podemos até voltar a ter vislumbres dessas mesmas pessoas e momentos, mas sabemos que a realidade, hoje, mudou e tudo está diferente. E, não temos máquina do tempo... Não temos. E, não voltaremos à nossa infância, à nossa adolescência e por ai fora e temos, porque temos, de aceitar isso. E, este aceitar faz parte, também, do que é crescer. E, este crescer, dói. Muito até.
Vivi sempre a fugir de despedidas, das mais simples às mais complicadas, Nunca as encarei, como algo de normal e que faz parte de viver. Nunca. E, por isso, sempre tive pavor da palavra adeus. É por demasiado pesada. Por outro lado, o 'até amanhã', o doce 'até amanhã', sempre me pareceu perfeito para qualquer tipo de despedida. É, como se nos assegurasse que de facto vai existir um amanhã. É reconfortante, meiga, até.
Vivi sempre a fugir de despedidas, das mais simples às mais complicadas, Nunca as encarei, como algo de normal e que faz parte de viver. Nunca. E, por isso, sempre tive pavor da palavra adeus. É por demasiado pesada. Por outro lado, o 'até amanhã', o doce 'até amanhã', sempre me pareceu perfeito para qualquer tipo de despedida. É, como se nos assegurasse que de facto vai existir um amanhã. É reconfortante, meiga, até.
Hoje sou obrigada a despedir-me de alguém que também via o mundo como eu. Alguém que escolhia sempre ver o bom e não o mau. Alguém com quem me identificava 300%. Alguém que me ensinou o que é o nunca desistir daquilo que queremos e a ver sempre soluções e não problemas. Exemplo do que é a generosidade humana, uma verdadeira força da natureza e dos seres humanos mais bonitos que tive a bênção de ter conhecido e de fazer parte da minha vida. Hoje, o meu mundo acordou |muito| menos cor-de-rosa mas com mais um lugar cativo no meu coração. E isso também será para sempre.
♥ C.
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