Conduzir em Lisboa é um
suplício, já sabemos. Filas intermináveis, ruído, calor, frio, abafado, suor…
tudo coisas que passamos quando estamos à espera da nossa vez. Ouvimos rádio,
desligamos rádio, voltamos a ligar, mudamos de estação... Depois começamos a
olhar para quem nos rodeia – uma loira a retocar o batom, um puto aos berros,
um rapaz nervoso, uma senhora aflita… Embora pareça estranho, o insólito
acontece apenas quando a fila avança. Sim, o que mais queremos é que a fila
avance, e rápido, mas existem coisas que nos ultrapassam… aos homens.
Existe uma máxima assumida quando se está numa fila que é “entra um de cada vez”. Primeiro ele, depois eu, e a seguir o que vinha atrás dele. É um acto eticamente correcto, que chega até a ser charmoso. É bonito e faz de todos nós pessoas melhores. Mas tudo muda de figura quando no carro o condutor… é uma mulher. Aí a ordem muda para entra ele… e logo a seguir o carro que vinha atrás dele e conduzido por uma mulher. Porque será? Não, não é machismo, já fiz a experiência centenas de vezes – experimentem.
Existe uma máxima assumida quando se está numa fila que é “entra um de cada vez”. Primeiro ele, depois eu, e a seguir o que vinha atrás dele. É um acto eticamente correcto, que chega até a ser charmoso. É bonito e faz de todos nós pessoas melhores. Mas tudo muda de figura quando no carro o condutor… é uma mulher. Aí a ordem muda para entra ele… e logo a seguir o carro que vinha atrás dele e conduzido por uma mulher. Porque será? Não, não é machismo, já fiz a experiência centenas de vezes – experimentem.
Não posso afirmar que são
bruscas na forma de colocarem a viatura – elas simplesmente não dão hipótese!
Considero até uma arte a forma como o fazem, com aquela cara de que elas é que
estão certas, porque-afinal-de-contas-era-a-vez-delas… olham para a frente, sem
contacto visual, mas com uma expressão tipo “óh mono, não sabes que tenho de
passar? A roupa para engomar, o jantar para preparar?”.
Entendo as vicissitudes
da vida caseira, da lide doméstica. É nestas alturas que me apetece ir beber um
cafézinho com elas. Convidá-las amavelmente a sentarem-se. E explicar-lhes que
o homem que têm lá em casa também tem 2 braços e deveria ter cabeça (sim,
muitos fingem não ter para não terem de fazer nada, algo “ensinado” pelas suas
queridas mães). Sou apologista de que alguém tem de liderar os processos, mesmo
os mais caseiros, mas também tenho consciência que ser líder não é para todos,
e neste caso para todas. Dir-lhe-ia que se não sabem meter o homem delas a
lavar as próprias cuecas eu não tenho a culpa. E que eu também tenho pressa
para chegar a casa porque quero despachar a roupa e a cozinha para depois ir
ver um filme que tenho gravado. É que eu não tenho nenhuma sopeira para fazer
as coisas e a minha mãezinha não me deu descanso quando era novo.
Com tudo isto considero
que é importantíssimo o papel da mulher na vida de um homem, não para lhe
engomar as camisas, mas para que ele saiba que se as camisas são dele deve ser
ele a engomá-las. Saber levar um homem não é difícil, basta ter umpouco de astúcia
e bom senso. Exemplo: se ele quer uma camisa passada a ferro mas se não existe
nenhuma nessas condições, que acham que vai acontecer? Parece-me a mim que será
ele a passá-la, embora evidentemente mal. Na próxima vez a conversa dele não
será “ah a camisa ainda não está passada
a ferro…” mas sim “não consigo passar bem a camisa… ensinas-me?”. A vergonha é
um poderoso poteciador de aprendizagem.
0 comments:
Enviar um comentário