A Fundação Francisco Manuel dos Santos inaugurou, na passada terça-feira, o ciclo "Ao encontro dos portugueses" com um estudo e uma conferência, na Aula Magna, à qual assisti, com a apresentação de um estudo que visa dar resposta a estas três perguntas.
Coordenado por Laura Sagnier e Alex Morell, pela consultora PRM, com a ajuda das especialistas portuguesas Sara Falcão Casaca e Heloísa Perista, o estudo teve com base uma amostra de 2.428 mulheres residentes em Portugal, entre os 18 e os 64 anos, entrevistadas em Maio de 2018 através da internet. As conclusões são várias e do ponto de vista sociológico preocupantes.
"O que é mais frustrante neste estudo é o esforço a mulher está a fazer no dia- a- dia. Há muitas que estão a fazer duplas jornadas: trabalham no trabalho pago e depois trabalham em casa quase as mesmas horas, sobretudo as que têm crianças pequenas", destaca.
Laura Sagnier reconhece que "entre as gerações mais novas há uma melhoria, mas ao ritmo que têm evoluído" vai levar "pelo menos cinco gerações" a mudar a situação de facto. A economista, que há dois anos coordenou um estudo semelhante em Espanha, indica que há "duas diferenças fundamentais" entre portuguesas e espanholas. Por um lado, as portuguesas estão mais no mercado do trabalho (71%, em Espanha 60%), o que lhes dá mais independência económica, mas também lhes deixa menos tempo.
"Trabalham mais do que as espanholas, estão esgotadas", observa. Este nível de "esgotamento" resulta, entre outras coisas, em "índices de obesidade superiores aos de outros países e muita medicação [nomeadamente anti depressivos]". "Ganham menos do que os companheiros, pagam metade das despesas e estão quase sozinhas a fazer as tarefas da casa e dos filhos. É um negócio que não faz sentido", resume. O estudo também refere o apego da mulher portuguesa à maternidade e a religião, demonstrando que temos mais idealizado o conceito de maternidade e das crianças.
Para a autora, a solução está na educação, desde as escolas às universidades, acrescentando que "Os casais mais felizes são aqueles que partilham", responsabilizando mães e pais pelo exemplo que dão. Falando de partilha, e já que hoje se assinala o dia do Amor, por excelência, um dos resultados que achei mais curioso, neste estudo, foi que a partilha de tarefas domésticas, a escuta, o tempo dedicado, o carinho e a atenção são as características que mais têm capacidade de gerar felicidade entre nós, mulheres. De referir que todas elas são… gratuitas!
Para a autora, a solução está na educação, desde as escolas às universidades, acrescentando que "Os casais mais felizes são aqueles que partilham", responsabilizando mães e pais pelo exemplo que dão. Falando de partilha, e já que hoje se assinala o dia do Amor, por excelência, um dos resultados que achei mais curioso, neste estudo, foi que a partilha de tarefas domésticas, a escuta, o tempo dedicado, o carinho e a atenção são as características que mais têm capacidade de gerar felicidade entre nós, mulheres. De referir que todas elas são… gratuitas!
0 comments:
Enviar um comentário