PRINCÍPIO DA SEMANA #166

pro·cras·ti·nar- (latim procrastino, -are)- Deixar para depois; Adiar; Postergar; Protrair; Usar de delongas; Delongar; Demorar.

Diferimento ou adiamento de uma acção. Para quem procrastina, existe uma sensação de culpa, perda de produtividade e vergonha em relação aos outros, por não cumprir com as suas responsabilidades e compromissos. Embora a procrastinação seja considerada normal, torna-se um problema quando impede o funcionamento normal das acções.

É, para mim, a palavra que resume e ilustra, totalmente, o que está a acontecer. Uma maneira de estar, infelizmente, muito nossa. Passados quatro meses, e numa altura em que pensávamos que já não seria possível ver e assistir a algo pior, voltamos a ouvir palavras como luto, calamidade e afins. Ainda nem refeitos dos incêndios de Verão e de Pedrogão, que passou a ser uma ferida nacional, mais um fim-de-semana trágico e tão, mas tão triste.

Novamente, relatos impossíveis de não ver, novamente imagens que não se esquecem, novamente mais um aperto no coração que nos faz sentir tão, mas tão, pequenos e tão, mas tão, fartos de nada mudar. Impossível não sentir dores alheias e impossível, até para o mais calmo dos seres, não se sentir revoltado com mais não sei quantos hectares ardidos e mais pessoas, famílias e animais que se foram. Acontecimentos demasiado negros, já, para os conseguirmos suportar.

Mais do que dedos levantados e procurar culpados e justificações, é altura de não fingir que esta é não uma realidade. Mais que admitir, assumir que é uma realidade que a qualquer momento pode voltar a acontecer. E, já que dificilmente aprenderemos a fazer a “dança da chuva”, encontrar, de facto, uma solução preventiva e fazer. Finalmente fazer. Simples assim

“O adiamento é a arte de manter o ontem”.


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