Diferimento ou adiamento de uma acção.
Para quem procrastina, existe uma sensação de culpa, perda de produtividade e
vergonha em relação aos outros, por não cumprir com as suas responsabilidades e
compromissos. Embora a procrastinação seja considerada normal, torna-se um
problema quando impede o funcionamento normal das acções.
É, para mim, a palavra que resume
e ilustra, totalmente, o que está a acontecer. Uma maneira de estar,
infelizmente, muito nossa. Passados quatro meses, e numa altura em que pensávamos
que já não seria possível ver e assistir a algo pior, voltamos a ouvir palavras
como luto, calamidade e afins. Ainda nem refeitos dos incêndios de Verão e de
Pedrogão, que passou a ser uma ferida nacional, mais um fim-de-semana trágico e
tão, mas tão triste.
Novamente, relatos impossíveis de
não ver, novamente imagens que não se esquecem, novamente mais um aperto no
coração que nos faz sentir tão, mas tão, pequenos e tão, mas tão, fartos de
nada mudar. Impossível não sentir dores alheias e impossível, até para o mais
calmo dos seres, não se sentir revoltado com mais não sei quantos hectares
ardidos e mais pessoas, famílias e animais que se foram. Acontecimentos
demasiado negros, já, para os conseguirmos suportar.
Mais do que dedos levantados e
procurar culpados e justificações, é altura de não fingir que esta é não uma
realidade. Mais que admitir, assumir que é uma realidade que a qualquer momento
pode voltar a acontecer. E, já que dificilmente aprenderemos a fazer a “dança
da chuva”, encontrar, de facto, uma solução preventiva e fazer. Finalmente
fazer. ↣ Simples assim ↢
“O adiamento é a arte de manter o ontem”.

0 comments:
Enviar um comentário