Hoje vamos falar de amizade. Tema fraco para o Magneto, eu
sei, mas esta será a última crónica que escrevo. Aceito que chorem, que peçam
que volte, que vão de joelhos colocar uma velinha em Fátima (tudo coisas que a
Babi tentou…), mas acredito que tudo tem um início, meio e fim. Sim, a
nostalgia apoderou-se do meu alter-ego; “revisitei” este percurso de 30
crónicas e conclui que todas se deveram a uma amizade com a nossa caríssima
Babi. Uma amiga a quem chamo carinhosamente de unicórnio porque tem uma visão
demasiado cor-de-rosa da vida – foi talvez por isso que ela caiu no erro de me
convidar para fazer estas crónicas. Ou isso ou as sangrias de final de dia na
praia. Na verdade, a coisa aconteceu e posso-vos dizer que me ri perdidamente
em cada uma delas. Obrigado Babi.
Consideram estranho fazer um passeio com desconhecidos e uma
das convivas, passado 2 minutos virar-se para mim e dizer, “tu é o Diogo, não
és??” Confesso que o meu ego ficou nos píncaros – mas de onde é que esta tipa
me conhece?? “Bem me pareceu que no sábado não devia ter bebido aquela última
vodka – realmente não me lembro de ter chegado a casa…”, pensei eu. Juro que é
verdade. E depois ela explicou-me – “andámos na escola juntos, no ensino
secundário – reconheci-te pela voz”. Ou seja, há 25 anos, mais coisa menos
coisa… eu, educadamente, respondi: “Ai sim?? E como te chamas?” Ao que obtive
uma resposta esclarecedora “Eu sou a Babi”. WTF? Mas quem é que se chama Babi??
Já algum de vós teve uma colega no secundário chamada Babi? Pensei “isto só
pode ser para o Apanhados…”
Mas lá continuámos, beira-rio, na nossa caminhada entre
estranhos. Eu pensei no nome Babi, olhei para ela e fui directo e pragmático,
aliás, como sempre: “Desculpa, mas não me lembro de ti…” ao mesmo tempo que
pensava na estranha abordagem de engate desta personagem… A caminhada
continuou, connosco a pensar em que ano teríamos sido colegas. Concluímos que
tinha sido no nosso 8º. Ano – e nesse momento a Babi, que me reconheceu pela
voz, disse: “não falaste comigo o ano inteiro”. Conclusão: se existem pessoas "com ouvidos de tísica" no mundo, a Babi é uma delas.
Foi neste momento que percebi o cretino que fui. Um ano
inteiro sem falar com uma colega? Demasiado pedante, até para mim. Decidi, no
inconsciente, dar uma oportunidade a mim mesmo de remediar o que não fiz bem. E
acreditem que foi o uma bela decisão – passei a conhecer alguém cujo mundo
cor-de-rosa é contagiante, com uma energia desconcertante e uma dose de
teimosia própria de alguém muito criativo. Dêem-lhe ovos mexidos, batatas
fritas e muita conversa irónica e vê-la-ão a rir desprendidamente numa noite
interminável. Além disso, se querem comprar roupa nunca vi ninguém com tal
capacidade de entrar numa loja e ir imediatamente ao que se pretende. Esta é a
Babi. Se vale a pena conhecer? Sim, mas tenham sentido de humor por favor.
Mulheres malucas q.b. já são raras de encontrar e devemos preservá-las… tipo
espécie em vias de extinção. Viva a Babi!
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