PRINCÍPIO DA SEMANA #135

co·e·rên·ci·a- Recíproca aderência que têm entre si todas as partes de um corpo; Conformidade entre factos ou ideias; Nexo, conexão.

A coerência é algo que, em adultos, nos é exigido. "Tem" de existir uma consistência, um fio condutor, que nos guia que parece que tem que ter sempre a mesma direcção. Esta exigência, ao contrário do que possa estar implícito, não é algo que nos é imposto pelo exterior. Começa e termina num único lugar. Cá dentro. 

A coerência está assente sempre a mesma sequência: Pensamento- Acção. E, a um determinado pensamento esperamos uma determinada acção, coerente com esse mesmo pensamento. Acontece que, e como cada um de nós é espécime único, de um ao outro pode ir uma distância infinita, que, e muitas vezes, só é mesmo entendida por nós. Logo, somos facilmente catalogados de incoerentes, pelos outros e até por nós. A não coerência é sempre vista como algo de negativo, como um desvio, como algo de censurável.  

A incoerência faz parte de todas as coisas que não entendemos. Em nós e no exterior, E assim como os gostos que se diz que não se discutem, na prática não é bem, ou nada, assim. Facilmente, muito facilmente, apontamos o dedo, julgamos com base naquilo que para nós é ou não é coerente. Para conseguimos viver em nós e "aqui", a coerência, ou falta dela, é algo que precisamos de aceitar a toda a hora, porque e por exemplo, para mim é totalmente incoerente ver alguém, no dia de hoje, de calções e chinelos na rua, assim como é |no mínimo| incompreensível ver pessoas mascaradas com fatos de tecidos finíssimos apropriados ao Brasil |país onde e apenas, na minha opinião, deveria ser comemorada esta época festiva|, mas para essa|s| pessoa|s| é totalmente ao contrário e como não vivemos no isolamento somos forçados a lidar e a encaixar todo o tipo de comportamentos.

A coerência é complicada, porque nos exige uma constante vigilância contra nossa vontade de enfeitar, de esconder, de mascarar. E há 1001 justificativas para o fazer. Fingir ou tentar acreditar no que é mais fácil é mais cómodo que realizar algo mais trabalhoso. Mas e a longo prazo, a coerência interna, a aceitação é fundamental para o nosso crescimento como pessoas. Coerência não significa perfeição, domínio de tudo. Coerência significa olhar com tranquilidade para o que somos e sobretudo fazemos e procurar não mascarar, de nós mesmos, o que os nossos olhos vêem.

Podemos escolher viver de aparências ou viver coerentemente. Ambas têm ganhos e perdas e ambas têm consequências, muito profundas. A construção da segunda é bastante mais trabalhosa, silenciosa e menos glamorosa, mas é a que, sem dúvida, nos leva a resultados bem mais consistentes e a não viver em "modo montanha russa", |até porque não é por acaso que este tipo de experiência dura apenas minutos...|. E, nunca esquecer que, e fazendo novamente o paralelismo, a frase "É Carnaval ninguém leva a mal", pode não ser, de facto, nada assim, uma vez que nestas escolhas, nesta sequência pensamentos/acções, nesta construção, da nossa história, existe|m| "o|s| outro|s|". |Simples assim|. ➸


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