A solidão é um fenómeno ainda pouco estudado e muito menos
ultrapassado. As pessoas procuram convívio, conhecimento, experiências,
partilha de gargalhadas… Uma pessoa que me é muito próxima disse-me, em resumo,
“as pessoas procuram emoções”. É verdade. Procuram estímulos, buscam
sensibilidades. Algo de diferente daquilo a que sociedade obriga que é o ser-se
racional, lógico, aritmético até.
Por isso não é de estranhar a busca por momentos diferentes
e a proliferação de eventos, apresentações, convívios, tudo apresentado numa
tentativa de se ser o mais criativo possível e de corresponder a essa busca.
Isto leva a que muita coisa esteja desvirtuada: antigamente ser-se alternativo
estava reservado a um nicho, hoje é “chic”. Dou por mim a assistir a um
concerto rock revivalista, num bar underground completamente escuro, numa cave,
e em meu redor só vejo betos, todos numa tentativa de quadrar no ambiente mas,
“let’s face it”, não vi uma tatuagem, piercing ou calças rasgadas – excepto nas
meninas que servem no bar. Serão as últimas das moicanas?
Primeiramente age de uma forma “cool”. Tem sempre presente
que quanto menos falares, melhor. Elas gostam de falar, deixa-as falar. E tu,
quando falas, tenta ter graça – mas não ser engraçadinho – porque, lembra-te,
elas buscam emoções e rir é algo que qualquer pessoa gosta de fazer. Esse é o
primeiro passo. Depois, um gesto ou outro de abrir a porta do carro, dar-lhe o
teu casaco porque está frio ou ir-lhe buscar uma bebida fica sempre bem e elas
atentam nesses pormenores. De resto, sê inteligente e não delinies um programa
onde ficas até às seis da manhã numa discoteca – a essa hora já estará tão
cansada que só quererá dormir. E nós não queremos isso, não é verdade? É que,
caras meninas, nós homens também procuramos emoções…
Isto parece o manual do engate em 3 passos, eu sei. Mas este
nível de orientação é necessária ao sexo masculino – lembrem-se que na
pré-história o homem demonstrava o seu interesse por uma mulher dando-lhe uma
marretada na cabeça. É certo que já evoluímos, mas apenas porque não andamos
com marretas no carro. Na verdade, continuamos sem saber o que fazer com as
mãos…
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