Só recentemente tive noção do que é a expressão “walk of
shame”. Não sei se por ser homem se por ser eu próprio, nunca me senti
enquadrado nessa definição. Ou seja, o sol a raiar e eu ainda de camisinha
branca, mas por fora das calças e toda amarrotada, com algumas manchas de vinho
e a pedir 2 papo- secos à padeira que costuma atender a minha mãe era algo
normal. Tinha fome. Eu queria lá saber.
Mas nem todos são como eu. Descobri recentemente que uma
mulher sente de uma forma mais intensa este tipo de situações. E também
descobri que existem situações e… situações. Uma rapariga na chamada “idade de
Colombo”, ou seja, de novas descobertas, é capaz das melhores histórias. Muitas
delas encapotadas pela vergonha social, mas quando ouço algumas são sempre
garantia de umas boas risadas.
Há uns anos, uma amiga algarvia decidiu armar-se em Vasco da Gama com um “amigo” e escolheram uma praia como o seu Mundo a explorar. A noite foi passando e acabaram por adormecer. Uma vez acordados, descobrem que a Natureza também tem sentido de humor: a maré estava cheia e era impossível sair dali pela areia. Aflitos, principalmente ela porque tinha um almoço de família, tentam encontrar uma solução. Ele, filho da terra, liga ao seu tio pescador – quem sabe se não estaria nas redondezas e podia socorrê-los por via marítima. A notícia foi sentida como se estivessem a assistir à abertura do Telejornal das oito: o tio não estava perto. Ainda vestidos, ele ‘normalito’, ela cheia de estilo punk rock com as suas botas Doc Martens e uma gabardine preta até aos joelhos, tomam uma decisão – vamos a nado até à próxima praia. Ela descalça-se e enfia as botas nas mãos para não se afundar. Iniciam a travessia e tudo corre bem - o mar estava calmo, a salvação estava à vista. Quando começam a avistar a praia ficam incrédulos - a mesma estava cheia de veraneantes, turistas, famílias, criancinhas! Mas que fazer? O caminho era em frente. Começam a sair da água, ainda vestidos, ela com as Doc Martens na mão e a gabardina preta até aos joelhos vestida. Todas as famílias presentes olhavam para eles e pensavam se não seria uma cena do Exterminador Implacável. Tipo: mas estes gajos com um ar tão futurista não conseguiram teletransportar-se para um sítio seco?? Ou seja, o “walk of shame” teve início ainda não tinham chegado ao local onde viviam. E ao sair da água, o rapaz, num sinal de inteligência, ainda lhe disse “não percebo porque olham tanto para nós, até parece que estamos nus!”. WTF??
Há uns anos, uma amiga algarvia decidiu armar-se em Vasco da Gama com um “amigo” e escolheram uma praia como o seu Mundo a explorar. A noite foi passando e acabaram por adormecer. Uma vez acordados, descobrem que a Natureza também tem sentido de humor: a maré estava cheia e era impossível sair dali pela areia. Aflitos, principalmente ela porque tinha um almoço de família, tentam encontrar uma solução. Ele, filho da terra, liga ao seu tio pescador – quem sabe se não estaria nas redondezas e podia socorrê-los por via marítima. A notícia foi sentida como se estivessem a assistir à abertura do Telejornal das oito: o tio não estava perto. Ainda vestidos, ele ‘normalito’, ela cheia de estilo punk rock com as suas botas Doc Martens e uma gabardine preta até aos joelhos, tomam uma decisão – vamos a nado até à próxima praia. Ela descalça-se e enfia as botas nas mãos para não se afundar. Iniciam a travessia e tudo corre bem - o mar estava calmo, a salvação estava à vista. Quando começam a avistar a praia ficam incrédulos - a mesma estava cheia de veraneantes, turistas, famílias, criancinhas! Mas que fazer? O caminho era em frente. Começam a sair da água, ainda vestidos, ela com as Doc Martens na mão e a gabardina preta até aos joelhos vestida. Todas as famílias presentes olhavam para eles e pensavam se não seria uma cena do Exterminador Implacável. Tipo: mas estes gajos com um ar tão futurista não conseguiram teletransportar-se para um sítio seco?? Ou seja, o “walk of shame” teve início ainda não tinham chegado ao local onde viviam. E ao sair da água, o rapaz, num sinal de inteligência, ainda lhe disse “não percebo porque olham tanto para nós, até parece que estamos nus!”. WTF??
Lá sairam da praia. Ela chega a casa já o sol raiava e é a
mãe que abre a porta… podia ser pior? Difícil, mas ela soube dar a volta -
contou a história à mãe, inclusive do brilhantismo da pessoa com quem dividiu o
areal, e esta riu-se sem parar. Felizmente. Na verdade, para a minha amiga o
“walk of shame” teve o seu expoente máximo quando o seu amigo teve aquela
tirada brilhante e percebeu que o rapazinho não devia muito à inteligência. Ou
seja, pior do que sair do Oceano Atlântico vestida com uma gabardina e umas Doc
Martens nas mãos, foi sair acompanhada com um tipo cuja perspicácia é zero.
Existe maior vergonha para uma mulher do que ter a percepção de que o homem com
quem está é um bronco? Penso que a vergonha seria menor se estivessem mesmo
nus…
Isto para dizer que a vergonha é relativa. Mas que quando
nos colocamos “a jeito”, o mais certo é sermos surpreendidos por algo ainda
mais vergonhoso… Escusado será dizer que ele e ela, neste momento, não têm
qualquer tipo de relação. Nem uma escola de mergulho pensaram em fazer. Por que
será??
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