Mas, na realidade, o
resultado não foi o melhor – sendo oferecidos eram provavelmente preservativos
de linha branca, e não primavam pela ergonomia… eram incómodos, grossos,
apertados, estranhos. Provavelmente uma evolução em linha directa (e curta)
daquilo que se usava antes de se inventar a roda. Consequência: os rapazes
usavam mas era incómodo. Para além disso, o “timing” para a sua aplicação nunca
era o melhor… vai-se lá saber porquê! E começou a olhar-se de lado para esse
produto que nos tentavam impingir.
Na minha opinião faltou um enquadramento histórico a
acompanhar a oferta destes “salvadores do amor”. Um género de publicidade a
acompanhar os ditos para se perceber que “ok, não são perfeitos, mas antes eram
piores, muito piores”. Dá sempre resultado apelar ao típico pensamento
português - não é perfeito, mas podia ser pior. Eis algo que seu tivesse
oportunidade de ler, na altura, me iria convencer por completo:
“Gostas de comer? És vegan? Macrobiótico? Optas por não
comer carne? Não te preocupes, não és um ser estranho por isso. A opção do que
se come já é feita há anos por outros povos. Já em 1300 a.C. os egípcios usavam
como preservativo um invólucro feito de linho, pele e materiais vegetais – eram
claramente vegetarianos. Por outro lado, os romanos durante o século II a.C. usavam
invólucros feitos a partir de intestinos de cordeiro e bexigas de cabra – eram
claramente carnívoros. Usa preservativos e come o que quiseres… basta fechares
os olhos!” Publicidade barata… mas quiçá eficaz.
Mas esquecendo a analogia/ brincadeira, é curioso o porquê
de já naqueles tempos idos os usarem. Para não procriar? Errado. Usavam-nos por
causa das doenças sexualmente transmissíveis. Ora se até naquela época já
tinham estes cuidados, fará sentido não os utilizar em pleno século XXI? D.C.?
Não.
Os homens actualmente têm um problema: alguns saem à noite e
esperam ter “sorte” (ou não, conforme referi na minha quinta crónica,
intitulada “A cerveja e as psicopatas”). E por isso, precavidos, levam
preservativos e por vezes passam vergonhas. Uma vez, num restaurante afamado de
Alvalade, em Lisboa, estava um grupo de rapazes numa jantarada prestes a dar
início à sua noitada. O empregado de mesa ia a passar e de repente agacha-se –
apanha algo do chão e na mão trazia… um preservativo. E pergunta: “É seu?”, e a
resposta foi “É… caiu do bolso”. Numa sala com mais de 40 pessoas, todos
assistiram ao episódio, com a atenção que se dá a um golo do Ronaldo… vergonha
total. Acresceram ainda as “bocas” dos demais convivas da própria mesa: “Então,
sentes-te fácil hoje?” e a consequente risota…
Actualmente não conheço nenhum homem que ande sempre com
preservativos consigo, tal como faz com o dinheiro, ou seja, sempre. Mas tal
acontece, na minha opinião por culpa das carteiras para homem – conhecem alguma
carteira com espaço para colocar um preservativo? Eu não. E muito menos para
colocar dois… Ora aqui está uma ideia de negócio interessante: carteiras de
homem com espaço para cartões, notas, moedas… e preservativos. Grande ideia de
negócio! E para mais ainda pode ser financiada pelo Estado, em prol da Saúde.
Fica a dica.
Por outro lado, será “obrigação” do homem tê-los? Perguntei
a vários o que pensariam se, no momento “Bo tem Mel”, fosse a mulher a puxar do
preservativo. A maioria tem uma resposta politicamente correcta: é bom sinal,
isso quer dizer que ela se preocupa consigo e comigo. Mas também existem os
mais conservadores que, apenas e só depois de desfrutarem, pensam: mas por que
carga d’água é que ela tinha um preservativo?? Opiniões, opiniões, opiniões… A
verdade é que para a experiência ser completa e decorrer sem problemas, é
melhor ter. O resto é blá, blá, blá…
Antigamente eram incómodos, embora oferecidos. Actualmente
existem inúmeras variantes, tamanhos, cores, sabores, formas. São caros. Mas,
no fim de contas, vejam o lado positivo: actualmente nenhuma menina na caixa de
supermercado nos faz um ar reprovador (também querem ir para casa tratar da
vida delas) e a nossa saúde não tem preço.
Sugestão para as marcas: caixas de preservativos com vários
modelos/tipos para experiências iniciais e escolher qual o que melhor se adapta
ao folião.
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