a·ni·ver·sá·ri·o- (Do latim anniversarius, -a, -um, que volta, acontece todos os anos); Dia em que se completa um ou mais anos sobre a data de um acontecimento ou do nascimento de alguém; Comemoração desse dia; Dia em que se completa um ano ou anos que certo acontecimento se deu.
Sou pessoa de comemorações e de brindes. Não preciso de nada de especial para fazer qualquer um dos dois. A intenção e o sentimento são para mim, muito mais importantes do que propriamente o acontecimento em si ou a bebida que tenho à frente e por isso sempre gostei muito de fazer anos. Desde pequenina. Começava Outubro e lá começava a minha contagem decrescente interna (faltam 25 dias, faltam 13, faltam 6), até chegar o dia, e pensando bem, ainda o faço, a diferença é que agora não digo mesmo a ninguém. Nem o facto de fazer anos num mês que nada tem a ver comigo e que é dos mais complicados para mim, o encarar o final do verão/princípio de inverno, me fez esmorecer perante a alegria que sinto em soprar velas.
Quando cheguei aos 30, pensei que me "isto" me ia passar e que ia deixar de ter este sentimento, de profunda alegria, dentro de mim mas (felizmente) enganei-me. Continuo a sentir, não o mesmo entusiasmo de há uns anos, mas agora uma alegria diferente. Nunca compreendi as pessoas que não gostam de fazer anos, nunca. É algo para mim quase contra-natura. Isto porque o nosso dia de aniversário é isso mesmo, é nosso. É certo que existem outras pessoas no mundo que o dividem connosco mas não deixa de ser nosso. O nosso dia. O dia que nascemos, o dia em que fizemos alguém feliz, é o dia em que por excelência se celebra vida, a nossa vida. E dia 26 de Outubro é o meu dia, ponto. E por isso sempre que oiço, "não gosto nada de fazer anos, para mim é um dia como outro qualquer", quase que me arrepio. Porque não, não é um dia qualquer! É o dia em que quer queiramos quer não somos especiais e deve-mo- nos sentimos como tal. Não há como negar ou dar a volta.
Sempre pensei que adorava fazer anos porque era o único dia ano em que conseguia juntar toda a gente que gosto num único sítio e essa explicação continua a ser válida, mas hoje e como é verdadeiramente a primeira vez que estou a pensar, mais a sério sobre o assunto, penso que o que mais me fascina e continua a fascinar, em fazer anos é o facto de ser surpreendida. E não, não estou a falar de prendas ou qualquer tipo de presentes, estou a falar de manifestações, de intenções que muitas vezes nada têm de material. Estou a falar daquelas surpresas e momentos que guardamos no nosso coração para sempre.
Não me sinto mais velha, por fazer mais um ano, pelo contrário, sinto-me mais em tudo e cada vez melhor. Melhor como pessoa, melhor como mulher e sobretudo melhor como ser humano. É claro que sei que tenho a felicidade de não sentir o avançar da idade a nível físico e sim, sei que é uma bênção enormeee, mas sempre defendi e cada vez mais defendo que a idade é e está sobretudo na nossa natureza e maneira de ser e estar e não no nosso cartão de cidadão.
Imagem © Direitos reservados
0 comments:
Enviar um comentário