Hoje quem vos escreve é a Inês real e não uma personagem
imaginada na minha cabeça. Porque hoje dei por mim parada num semáforo a
pensar: “eu nunca pergunto às pessoas onde vão passar o Natal. Assim como acho
sempre tolo quando me perguntam onde vou passar o meu porque, para mim, é
óbvio: Natal passa-se com a família”. E aí tive aquilo a que a Oprah Winfrey
chama um “ah-ah moment”. E fiquei desiludida. Porque falhei. E triste. Triste
por todos aqueles que não passam o Natal com a família e por isso, penso agora
em silêncio nos filhos de pais separados, nas famílias divididas separadas pela
distância, nos pais divorciados e que têm de dividir a companhia dos filhos,
naqueles que já perderam pessoas importantes da sua família, naqueles sem
família para partilhar a noite de consoada. E fico grata, mais uma vez, por
tudo aquilo que tenho.
Quem me conhece sabe que adoro o Natal. Sabe que a minha
parte preferida são os momentos na cozinha com a minha família onde preparamos
as fatias douradas, os sonhos de abóbora, o tronco de Natal e tudo aquilo que
previamente escrevemos – a minha família e eu -em conjunto numa lista. Quem me conhece sabe que adoro oferecer presentes e
embrulhá-los cuidadosamente. Porque um presente sem estar envolto em papel de
embrulho e com lacinho não é um presente. E porque não há maior prazer do que o
sorriso daquele que o desembrulha e se surpreende com o que vê. Quem me conhece sabe que adoro músicas de Natal (mesmo
aquelas que me fazem chorar). E sabe que, para mim, os presentes que mais gosto
de receber são aqueles que não se compram nas lojas e aqueles que não cabem em
embrulhos debaixo da árvore de Natal.
Tenho a sorte das “Crónicas da Inês” coincidirem com a
semana do Natal e por isso não quero deixar-vos sem o meu desejo sincero de um santo
Natal passado na companhia dos que mais amam e querem. Aproveitem esta altura
para procurarem aquelas pessoas de quem gostam e que não falam há tanto tempo.
Aproveitem para expressarem com sinceridade tudo o que vive dentro dos vossos
corações. E aproveitem esse balanço e levem-no para 2015. Esse que será o ano
onde os vossos desejos mais secretos e grandiosos se realizarão. Acreditem.
Imagem © Direitos reservados
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