PRINCÍPIO DA SEMANA #199

Apesar de não parecer, pela meteorologia, chegámos a Junho, que começa da melhor forma com o Dia Mundial da Criança, logo no dia um. Talvez por isso me seja um mês tão especial e que tanto me faz lembrar a infância, o tal “período de vida humana desde o nascimento até à puberdade”. Parece-me que é logo na definição que começa “o problema”. Uma definição que mais parece um tempo limite com “data de validade”. Haverá idade certa para deixar de viver na infância? Se sim, qual é exactamente?

Nunca concordei com a famosa máxima de Rosseau, apesar de a ter ouvido e estudado vezes sem conta, que diz- “todos nascemos bons, a sociedade que é que nos corrompe". Apesar de a compreender, parece-me “apenas” mais uma generalização, pois acredito que seja possível que tal não aconteça. Apesar de, naturalmente, passarmos por um processo de crescimento e de socialização, e com ele as desilusões, dores e mágoas, as tais coisas nos fazem crescer logo deixar de estar e sentir a infância, acredito que seja possível mantermo-nos “bons”, puros e de certa forma incorruptíveis, se lutarmos muito por isso. É uma luta que implica uma enorme fidelidade à nossa essência, mas é possível. É das mais duras, mas também das mais compensatórias.

Acredito que é este sentimento puro, de seu nome inocência, que nos preserva e que nos mantém jovens. Acredito, também, que é "ela" que nos ajuda nos momentos mais difíceis, pois é a "ela" que vamos buscar força, é "ela" com a sua liberdade e sonhos que nos consegue fazer acreditar, vezes sem conta, que tudo há-de melhorar. Não é assim que pensamos na infância? Que tudo há-de passar? Deixamos o tempo fazer o seu papel. E, em adultos temos muita, diria imensa, dificuldade em fazê-lo. Perdemos, com isso, algo que nunca deveríamos perder- A magia. A nossa magia. Aquela que é única e só e apenas nossa e que se refere a tudo o que é simples. De ser. De fazer. ↣ Simples assim ↢