pers·pec·ti·va- Arte de figurar no desenho as distâncias diversas que separam entre si os objectos representados; Pintura no fim de galeria ou de alameda de jardim para iludir a vista; Aspecto dos objectos vistos de longe; Panorama, vista; Aparência; Esperança; Receio; Previsão.
“Ao longo destes anos estive de
dieta vários dias da minha vida. Esses dias eram um suplício. Eu vivia a
pensar, frustrada, no que não podia comer e tinha muitos apetites. Apeteciam-me
bolos, folhados, gelados, chocolate, batatas fritas… E olhava para o peixe
cozido com brócolos e tinha vontade de chorar. Como é que eu não percebi antes
que nenhum ser humano, que goste de comer, aguenta uma restrição alimentar
excessiva? Como? Nunca daria certo. Hoje passo os dias a pensar no
que posso comer e entusiasmo-me com os sabores, com as texturas. Se o meu
pensamento vai parar a um donut de leite condensado, lembro-me que está a
chegar a hora de comer o meu pão, do lanche da tarde, recheado com queijo de
alho e ervas, fiambre de frango e rúcula e sinto-me feliz! Penso que, ao jantar
vou comer um maravilhoso salmão, bem temperado, acompanhado por puré de
couve-flor e a vida melhora num instante.”
Este é um simples exemplo que quase tudo [ou será mesmo tudo?] é uma questão de perspectiva. O acontece diariamente,
desde o mais ínfimo pormenor até aquilo que nos impacta, está ligado à forma
como vemos as coisas. É uma lei, regida por nós mesmos, que existe para nos
fazer entender que somos os criadores das nossas questões e da nossa realidade.
Por norma, vemos aquilo que
queremos ver ou que nos é conveniente. No entanto e de forma contrária a esse
princípio, optamos por ver nossos problemas sob a lente da constante insatisfação
e de aumento. Um grão de pó que, rapidamente, se torna num
drama psicológico, sofrendo processos de mutação tão intensos até se
transformar em dor física.
Somos seres resistentes a mudanças.
Seres de hábitos. Hábitos que nos fazem olhar, ver e sentir, da mesma maneira. O
constante movimento, o dia-a-dia, que nos é imposto, impede-nos, muitas
vezes, de conseguir parar e ver para além do que estamos habituados e, consequentemente,
de ver as coisas de uma perspectiva diferente.
Somos educados por uns e educamos
outros, mas parece-me que precisamos, também, de nos educar e muito, a saber perspectivar.
A mudar de lentes. Um simples exercício de substituir o “hoje tenho de fazer X
e Y”, por um “hoje quero fazer X e Y”. Se o fizermos vamos, seguramente, olhar
para o mesmo, mas o que vamos conseguir ver terá muito pouco, ou nada, de
mesmo. Pode-nos até parecer todo um mundo novo.
“A dor é passageira, lembra-te de que o piloto és tu.” ➸ |Simples assim|.
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