sur·pre·sa- Acto ou efeito de surpreender ou de ser surpreendido; Espanto; Sobressalto; Perturbação; Pasmo; Facto ou incidente inopinado; Acção calculada pela qual se pretende agradar ou ser útil a alguma pessoa sem esta o prever; Prazer inesperado; Que acontece ou surge de repente; Que não está previsto.
Tudo o que não é esperado, por
norma, não nos agrada e pode, numa primeira fase e consoante a intensidade e o
acontecimento em si, provocar-nos uma não- reacção. Lidar com surpresas é um
exercício diário, mas para o qual não existe a fórmula perfeita. Se são as
chamadas surpresas boas, excelente, mas se pelo contrário não o são ou se não
conseguimos encaixá-las, porque nos baralham, à partida, não as vemos como algo
de bom.
Passamos a maior parte do tempo a
pensar e ilusoriamente a sentir que temos tudo mais ou menos controlado.
Pensamentos, acções. Quando os acontecimentos até decorrem de acordo com o
previsto, sentimos uma sensação, ainda mais ilusória, de falso poder, que
aumenta a ilusão. A questão é quando as surpresas acontecem no sentido
totalmente oposto do que pensamos estar a tomar e, nesses momentos, o único
pensamento que nos ocorre é "e agora?". Este “e agora?” deveria fazer
mais parte do que aceitamos como “normal” sentir, pois apesar de parecer
precisamente o contrário, apesar de não gostarmos de admitir, tudo o que
vivemos, fazemos, sentimos até, tem sempre algo |ou muito| de não previsível. Tentamos
eliminar as dúvidas, os “gritos”, que nos ecoam, sobre pensamentos,
sentimentos, caminhos, que temos e julgamos como certos, mas |há sempre um
mas|. Lidar com este “mas”, que muitas vezes nos surge com as surpresas, é das
coisas mais desafiantes que podemos sentir. A “fórmula” passa por encarar este inesperado
como algo que pode ser |muito| bom.
O estímulo que as surpresas nos provocam faz
com que existam mudanças e estas fazem com que "o amanhã" não seja
igual "ao ontem". A própria palavra ‘surpresa’ tem uma magia muito
própria. Magia que tem o dom de transformar o nosso quotidiano. Magia que cria ‘aqueles’
momentos, que nunca vamos esquecer. As surpresas ocorrem para nos |re|lembrar
algo que tanto queremos esquecer. Que tudo muda e que, apesar da nossa ânsia de
tudo querer saber e controlar, é tão bom ser surpreendido e melhor, ainda,
deixarmo-nos surpreender.
O poder do tempo, o que
verdadeiramente sentimos, por algo ou alguém, o número de estrelas, o desenvolvimento
das coisas, o que viemos cá fazer, tudo o que nos liga, consiste, de facto,
numa verdadeira surpresa. |Simples assim|. ➸
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