PRINCÍPIO DA SEMANA #167

pri·vi·lé·gi·o- (latim privilegium, -ii, lei de excepção, favor)- Direito ou vantagem concedido a alguém, com exclusão de outros; Título ou diploma com que se consegue essa vantagem; Bem ou coisa a que poucos têm acesso; Permissão especial; Imunidade, prerrogativa; Qualidade ou característica especial, geralmente positiva; Dom.

Há um ditado que diz: “Não ter privilégios é, na verdade, um privilégio”. Mas, aqui para nós |que ninguém nos ouve| é certo que, no dia-a-dia, e se o analisarmos, preferimos ser privilegiados, e não o contrário. Diz-se, também, que ninguém quer receber “a pior parte do bolo”, certo? Existe por isso, a meu ver, uma conotação algo negativa associada a isto, de ter privilégios e de ser um privilegiado. Normalmente associamos o “é um privilegiado” a alguém que tem e faz muitas coisas, que "nós” não temos, nem fazemos. E, é verdade, que muitas vezes assim o é. Mas, também existe um outro lado nesta questão de ser e ter privilégios que talvez não vejamos e que tão pouco perdemos tempo a analisar. O que está por detrás e o que antecedeu esse presente.

E, por isso, os privilégios podem ter um lado muito positivo, se conquistados. Algo, à semelhança de muitas outras coisas, que se tem de ter consciência, logo de reconhecer. E, por isso também, existe, ou deveria existir, alguma noção de responsabilidade a eles associada. O privilégio de ter este ou aquele ser, na nossa vida, o privilégio de fazer x e y, diariamente, o privilégio de ir a este, ou aquele sítio, o privilégio de conhecer e falar com x ou y. Exemplos e tudo resultados de um caminho, de um percurso de conquistas e de escolhas.

Acredito que cada um de nós nasça com os seus, embora muitas vezes possam não ser assim tão óbvios. Mas, e mesmo não perceptíveis, cada um de nós vive-os à sua maneira e de forma muitas vezes inconsciente. Assim como o nosso destino |para quem acredita, claro|, não há como fugir, deles. Alguns são adquiridos, até logo à nascença, e outros “no caminho”. A diferença está entre ter esta noção, ou não. De ver e de não ver. De olhar para nós, ou só e apenas, para os outros. De analisar o interior ou só e apenas o exterior. A diferença entre os dar como adquiridos, ou de os ver como um ‘work in progress’.

O tempo, por norma, encarrega-se de nos fazer ver e sentir quais são os nossos, e de os valorizarmos, cada dia mais, tornando-nos naquilo que nascemos para ser, partilhar e espalhar pelo mundo. O nosso dom, magia, luz, o que lhe quisermos chamar.  Simples assim


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