pas·sa·do- Que passou ou decorreu; Conjunto de factos ocorridos antes do momento presente; Tempo antes do presente; Conjunto de tempos verbais que designa acção ou estado anterior.
Conjunto de memórias. Soma de todos
os dias que vivemos, até hoje. Algo que não pode mudar. Algo que não pode voltar.
Algo que faz parte de nós.
Diariamente pensamos, reflectimos,
sentimos, todo o tipo de emoções e é muito difícil medir, em concreto, o número
de vezes que voltamos, a esse tempo passado. Basta recordamos algo ou alguém. Trata-se
de uma capacidade que nos é inata e que estamos constantemente a usar, pelos
mais variados motivos.
As memórias surgem-nos sem
qualquer tipo de aviso. Podem acontecer a qualquer instante, do presente. Uma
simples recordação tem o dom de, num segundo, alterar todo um presente dado que
as emoções, que nos chegam, são também elas inesperadas. Mais doces ou mais
amargas provocam-nos imediatamente algo. Esse "algo" que nos leva
para outro sítio, mesmo não saindo do mesmo lugar, provoca-nos todo o tipo de
sentimentos bons e outros nem tanto. Sentimos como se o tempo parasse. Acontecimentos
que não entendemos e por isso revivemos e remoemos. Pessoas que |já| não temos
e que nos fazem alta. Lugares, momentos, frases, cheiros, toques, vozes,
expressões, risos.
Apesar de ser algo que não
podemos alterar, não há nada no |nosso| passado que seja cem por cento escuro,
nem totalmente brilhante, para sempre. Os factos não mudam, mas muda a forma
como olhamos para eles. O “segredo” está em mudar as zonas de conflito da
memória. Como é na infância que estas zonas de conflito são formadas, em
adultos torna-se mais difícil de mudar a nossa maneira de ser e reagir,
sobretudo às mesmas situações. Mas isso não significa que seja
impossível. Embora tenhamos mais dificuldade, é sempre possível transformar a
nossa “colcha de retalhos”, principalmente se formos flexíveis, pacientes |connosco|
e se aprendermos a reescrever a nossa história, pensando no hoje e no que
queremos que seja o “amanhã”.

Imagem © Direitos reservados
0 comments:
Enviar um comentário