É Dezembro, mês de a “pôva” andar na rua às compras. Porque
falta comprar algo para a Tia Mariquita, ou então uns peúgos para o Ti Basílio.
Ah, e para o vizinho do sexto andar também (como é que ele se chama?) que é tão
simpático sempre que nos cruzamos no prédio. Até a padeira recebe prendas que
não estava à espera – parecemos um País de ricos, e por consequência de boas
pessoas. Damos prendas a todos com quem nos cruzamos – pensei até em dar uma
prenda ao tipo que aqui vem a casa ler o contador da electricidade… é o chamado
espírito natalício.
Gosto ainda daqueles que compram apenas porque compram. Para
ter para dar. Ou seja, a prenda não tem destinatário, mas caso apareça alguém…
Isto não vos parece absurdo? É o cúmulo do consumismo. Comprar algo que não tem
destinatário, mas que já está embrulhado, preparado para ser entregue. Eu estou
a pensar embrulhar porta-chaves e ir entregar a vários familiares e amigos.
Perco um dia, mas certamente receberei umas garrafas de vinho, chocolates e
bolachinhas…. Fico com a mesa da Consoada completa! Que se lixe o bacalhau!
Será que já ultrapassámos a crise? A “pôva” mostra que sim… é comprar sem parar, é consumir, é andar feito manadas em direcção aos centros comerciais. Parece que voltámos há 10 anos, e com isso surgiram também outras coisas que dispensava… bastante. E não falo apenas das filas para comprar o que quer que seja. Falo sim do comportamento de pessoas que parece que nunca saíram à rua – já tentaram aceder a uma escada rolante num centro comercial mas tem pessoas que impedem a passagem porque estão a decidir se vão para cima ou se ficam naquele piso? Irritantes. E quem quer passar que espere… deve ser por que é Natal.
Outra situação absurda encontra-se nas estradas. Carros
super-lavados, a brilhar, com um andamento demasiado lento e os condutores com
cara de quem não sabe por onde ir. Identifiquem estas viaturas e experimentem
olhar para a sua cara – conhecem a expressão “cara de parvo”? Aí têm a
oportunidade de ver uma. Mas eles quando saíram de casa sabiam para onde iam?
Ou aproveitaram a oportunidade para tirar o carro da garagem e gastar o
subsídio em combustível? Opções…
Na verdade, não podemos censurar a tentação do consumismo.
Este ano, mais do que nunca, proliferam os Marcados de Natal e qualquer sítio
em Lisboa serve para meter uma barraquinha a vender ginginha em copo de
chocolate. Imagino os turistas que nos visitam nesta altura – devem ficar a
pensar que isto é sempre em festa! Pois eles que voltem que a Economia
agradece. Boas festas!
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