PRINCÍPIO DA SEMANA #115

pos·tu·ra- (latim positura, -ae, posição, disposição, arranjo, ordem, lugar, pontuação)- Atitude ou posição do corpo; Expressão do rosto, geralmente acompanhada de uma atitude corporal; Maneira de agir ou de se comportar; Ordem dimanada das câmaras municipais; Quantidade de ovos que as galinhas põem durante um certo número de dias consecutivos ou interpolados; Cada uma das posições físicas do ioga destinadas a atingir bem-estar e controlo físico e mental.

Uma das coisas que me fascinam e apaixonam na língua portuguesa é a riqueza que uma mesma palavra nos oferece. Os imensos e totalmente diferentes significados que uma só e simples palavra consegue ter. Esta que escolhi, esta semana, é um óptimo exemplo disso, mesmo. Temos aspectos físicos, comportamentais, Câmaras Municipais, galinhas e ioga, tudo à mistura e numa palavra, de sete letrinhas, apenas. Fascinante e |Muito| Desafiante.

Estes últimos dias fiz um exercício de observação em como, de facto, a nossa postura física é um reflexo total e sem filtros da nossa postura a nível comportamental. Comecei pela minha, naturalmente, e comecei a observar a das pessoas, que conheço, à minha volta. E, assim como o que vestimos e como nos apresentamos, a forma como andamos, como nos colocamos fisicamente nas mais variadas situações, reflecte sempre o nosso interior. Sempre.

Por isso a postura, ao contrário do carácter que acredito que os traços fundamentais e mais profundos nasçam totalmente vincados em nós, e muito dificilmente mudarão, a postura é provavelmente dos aspectos que mais vai mudando. A física e a comportamental. Se pensarmos quando somos muito pequenos começamos por andar ao colo, depois gatinhar, mais tarde a andar com ajuda e depois sozinhos. Tal e qual como no nosso crescimento interior. Adaptação, ajuda, aprendizagem, responsabilidade. São inúmeras as posturas que temos de desenvolver ao longo da vida. Inúmeras. Existem em igual proporção ao número de papéis que vamos criando e desempenhando. E podem e são das maiores fontes de auto-estima que podemos ter. Isto porque depois de passarmos anos a não perceber porque é que determinadas situações nos acontecem vezes sem conta e depois de passarmos o tempo que for "a- bater- com- a- cabeça- nas- paredes", para tentar perceber, quando atingimos a fase de parar de o fazer, até porque não adianta de nada, falo por experiência, quando chegamos ao ponto em que percebermos algo tão simples como- era o não querermos admitir-ver-aceitar que era apenas a nossa postura perante determinado assunto, ou questão, que fazia com que isso acontecesse, assumimos a responsabilidade, que nos é exigida enquanto seres adultos e únicos responsáveis por nós |em vez da "normal" e tão cómoda vitimização|. E, mais tarde, quando numa mesma situação percebemos que pela primeira vez, na nossa história, agimos com uma postura totalmente diferente e essa mesma nova postura deu-nos, naturalmente, outros resultados, aí, nesse momento, rejubilamos. Amamo-nos. Mais que nunca, diria.

Por isso, mudar de postura é sempre bom. Em ambos os sentidos. É sinal de aprendizagem, de crescimento, de mudança e por isso e como fã assumida de tudo o que é simples, concordo com Platão quando "diz" que "Aprender é mudar posturas". E, é. |Simples, assim|.


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