ter·ra |é|- (latim terra, -ae)- Planeta habitado pelo homem; Solo; Parte sólida da superfície terrestre, por oposição ao mar; Terra solta; Pó; Poeira; Povoação; Localidade; Pátria; Planície; Território; Região.
Planeta onde habitamos e um dos quatro elementos da natureza que em conjunto com os outros três, ar, fogo e água, formam os pilares de sustentação do Universo.
A necessidade de termos um pedaço de Terra existe desde que existimos como espécie humana. Como tudo, foi evoluindo, mudando e ganhando outros contornos, mas a necessidade, essa continua a mesma pois é-nos inerente enquanto animais racionais que somos. A nossa Terra. Aquela que é só nossa e dos nossos. Aquela que, como um legado, é transmitida de geração em geração. Algo que já existia, onde nascemos, e que perdurará para além da nossa existência.
O nosso canto, o nosso 'bocadinho' de terra, por maior ou mais pequeno que seja, é aquele sítio que aconteça o que acontecer sentimos que está 'lá', sempre, à nossa espera. Herdada, ou não, todos precisamos de uma Terra, um solo, um chão onde nos sentimos enraizados, ao qual sentimos que pertencemos. Este sentido de pertença é-nos fundamental e crucial de sentir, desde a infância à idade adulta, pois dá-nos equilíbrio e sobretudo estrutura emocional. E, muitas vezes, podemos não ter nenhuma de raiz, ou seja, podemos não herdar nenhuma via nascimento, mas e mesmo não tendo nascido lá, sentimos como nossa e, assim como nas famílias, desenvolvemos uma Terra não de sangue mas de coração.
Desde pequena que sempre digo que tenho 'pena' de quem não tem uma Terra, isto porque este sentimento do qual falo é dos mais bonitos que podemos sentir por um sítio e eu tenho a sorte de saber e senti-lo desde sempre. Tenho uma Terra de Sangue e uma de Coração. Uma que e apesar de ter nascido em Lisboa, possui todas as minhas raízes. Um lugar pequenino, quase perdido no meio do 'nada', mas que considero meu. Um sítio que tenho tantas, mas tantas, memórias felizes que parece que não cabem em mim. E, outro, o de coração, do lado oposto, a nível geográfico, que se tornou a minha Terra de coração pois foi um sentimento que desenvolvi, ao longo de vários anos em que lá regressava, ano após ano.
Podemos não pensar neles, ou até tentar esquecê-los, caso existam certo tipo de memórias menos boas associadas, e podemos pensar que voltamos a estes sítios vezes sem conta, 'porque sim'. Pela família, pelas memórias, porque gostamos, ou por obrigação, também, mas eu diria que esta vontade, ou este 'dever', vai bem mais além e que, seja de sangue ou coração, este regressar ao nosso território, ao nosso bocado de Terra, neste planeta, é-nos tão fundamental como o ar que respiramos.
“Aquele que abriu mão da sua terra natal, abriu mão do seu Deus” - Dostoiévski
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