i·no·cên·ci·a- Qualidade ou estado de inocente; Ignorância do mal; Pureza; Simplicidade; Ingenuidade; Isenção de culpa.
No primeiro dia de Junho comemora-se um dos meus dias preferidos do ano. O primeiro do mês que mais gosto e aquele que é o Dia Mundial da Criança. Uma data que, por norma, apenas celebramos se tivermos alguma em casa ou na nossa vida. Ao longo dos anos, desde que o deixei de ser "oficialmente" fui dizendo que este seria sempre o meu dia, por brincadeira, pensava mas hoje consigo perceber porque nunca o deixei de dizer.
Dou por mim a pensar, como o significado de uma palavra pode variar (tanto) de acordo com a idade que temos... O infantil, que é visto como natural e bonito até uma certa idade, em adulto tem indubitavelmente uma conotação negativa. O, "ah, és mesmo infantil" nunca é dito no sentido positivo.
A verdade é que sempre senti que consegui preservar, como ninguém que conheci até hoje, o meu lado de criança, ou infantil, como o quisermos chamar. Sempre fiz por isso. Faço, tenho em mim, muitas coisas, sentimentos, atitudes, reacções, expressões, caras, etc. que podem ser consideradas de desadequadas à minha idade. E são, de facto. Não nego. Pelo contrário, sou a primeira a dizê-lo. Mas o que sempre me fez sentir diferente e muitas vezes, (quase todas), no sentido negativo de diferente, hoje e apesar de muitos, imensos, gigantes dissabores é das coisas que mais me orgulho de ter conseguido, aquilo que mais dou valor e que sei que faz de mim quem sou. Portanto, será que sou mesmo um "alien", ou que é possível sobreviver, preservando-a? Eu defendo, que não sou "alien", logo que sim, que é possível. Dá muito trabalho, exige-nos muito, mas é possível.
Apesar dos processos de socialização que nos forçam a integrar-nos, a perdermos uma série de coisas e a ganhar outras, acredito que nos podemos mudar, adaptar e não nos perdermos, pelo caminho. Acredito, também, que os que conseguem, sobrevivem a todo o custo a pessoas e situações más, tóxicas, violentas, que vivem, e que as colocam à prova, como autênticos testes, em que o caminho mais fácil é sucumbir, desistir de acreditar em inocência e acreditar apenas num mundo cheio de culpados. Mas e novamente, os que saem dessas provas e não vergam, (por nada), saem ainda mais fortes. Bem mais fortes!... E, conseguem ve, como nunca viram antes. Ver que a nossa inocência é aquilo que temos de mais sagrado. O nosso lado mais puro são todas as coisas que nos fazem vibrar, que nos fazem iluminar e quase cegar os outros à volta, com a nossa luz. E ser puro é ser verdadeiro, é não fugir, é prometer e cumprir, é não desistir de nós, das nossas responsabilidades para com os outros e para connosco. Ser puro é ser fiel à nossa inocência. É continuar a acreditar em magia, fadas, unicórnios e tudo aquilo que é chamado de cor-de-rosa, se isso nos faz feliz e nos deixa um sorriso na cara. É, acima de tudo simples. Muito simples.
Imagem © Direitos reservados
0 comments:
Enviar um comentário