PRINCÍPIO DA SEMANA #94

in·cal·cu·lá·vel-(in- + calculável)- Que não é calculável; cuja importância não se pode calcular; Incomensurável; Inumerável.

Apesar de parecer precisamente o contrário, assim de repente tenho dificuldade em apontar algo que seja verdadeiramente calculável. Apesar de não gostarmos de admitir tudo o que vivemos, fazemos sentimos até tem sempre algo (ou muito) de não calculado. Pensamos que não temos a menor duvida sobre o caminho que queremos seguir, que traçamos ou que seja pensamos ser aquele que temos de fazer, mas (e há sempre um mas), a verdade é que isso pode mudar a qualquer instante. E por isso, lidar com o incalculável e com aquilo que não conseguimos prever é das coisas mais assustadoras que podemos sentir caso. Cada um de nós encontra, em si, uma forma de não pensar nisso ou de não viver a pensar no que pode acontecer, isto porque me parece que este não calculado surge sempre associado a um risco, ou seja a algo de negativo, ou que pode vir a ser negativo. E quase nem deixamos espaço para o contrário. E se for precisamente o oposto? E se encaramos este incalculável como algo de extremamente positivo? Ou que é nesse incalculável que está "o segredo" e que é precisamente nele que está aquilo que realmente precisamos?

Semanalmente temos tendência a calcular tudo ao mínimo pormenor, o que vamos fazer, com quem, onde e quando. Nunca abrimos espaço e tempo para o que pode vir a acontecer inesperadamente pois não sabemos lidar com nada que seja inesperado e que nos faça sentir que estamos a ser colocados perante uma prova. É uma verdade universal, que nos causa desconforto, tudo aquilo que sentimos que não podemos controlar. Preferimos ignorar, não dar importância, eliminar dos nossos pensamentos até. Mesmo não sendo pessoas de planos todos temos prazos e tempos para cumprir, logo necessitamos de prever tudo e mais alguma coisa. E daí não conseguirmos muitas vezes lidar com reviravoltas e desafios que nos aparecem "do nada". O incalculável, o não esperado é e apenas, um estímulo exterior e a forma como lidamos com ele tem de ser encarada usando a nossa capacidade em administrar as nossas emoções, que por norma nos fazem cair em exageros. Pelo contrário, os sentimentos devem ser algo de constante e construído, diria até que a partir de certa altura passam a ter algo de calculável até, quando começamos a perceber o quanto sentimos, o quanto queremos e o que estamos estar dispostos a fazer por.

O poder do tempo, que que verdadeiramente sentimos por algo ou alguém, o número de estrelas, o desenvolvimento ou final de algo, tudo o que viemos cá fazer, a Amizade, o Amor, tudo o que nos liga, é de facto, incalculável.
|E é tão bom ser assim|.

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