pro·mes·sa |é|-(latim promissa, plural neutro de promissus, -a, -um, particípio de promitto, -ere, enviar para diante, deixar ir para diante, deixar crescer, garantir, assegurar); Acto ou efeito de prometer; Declaração em que se anuncia a outrem ou a si mesmo uma acção futura ou intenção de dar, cumprir, fazer ou dizer algo; Esperança fundada em aparências; Acordo, oral ou escrito, em que as partes se obrigam a cumprir o estabelecido.
Palavra que nunca deveria ser dita porque sim. Prometer é algo de muito sério. Para mim das palavras mais sagradas até que existem e que exigem o nível de compromisso máximo que se pode ter em relação a algo, ou alguém. O "Eu prometo", costumo dizer, supera qualquer contrato ou papel assinado e um "sim" dito num altar em frente de não sei quantas pessoas. É algo que pode ser para a vida logo demasiado forte. É, acima de tudo, dito não para quem o ouve, mas uma afirmação para quem o diz. Logo jamais deveria ser dito levianamente. Se não existe certeza, deverá ser dito um "vou tentar" ou "vou fazer os possíveis para" e não um "prometo".
O prometer exige conformidade. Conformidade de acções. Agir sempre, todos os dias e todos os segundos de acordo com a nossa promessa. Cometemos muitas vezes o erro de prometer coisas, situações, sentimentos até que não controlamos. Elementos que não deveriam ser prometidos. Só e unicamente devemos prometer aquilo que sabemos que está ao nosso alcance de conseguir e nada que seja externo e que dependa de um sem número de elementos que não estão. O prometer algo e não cumprir pode ter consequências devastadoras quer para a pessoa que o afirmou e não cumpriu quer e principalmente para quem ouviu e acreditou. Com o crescimento e com o tempo passamos a não dar o devido valor ou pior a não acreditar em promessas que ouvimos em todo o lado e a toda a hora. E já achamos isso até "normal". O que está errado. Porque a solução não passa por aí, por deixar de acreditar, passa e sobretudo por voltar às origens, à nossa infância, à nossa pureza e verdadeira essência. Quando existiam, ainda poucas palavras no nosso dicionário. Basicamente existiam as principais. E o prometer é, sem dúvida, uma delas. Devemos sim começar a ter cuidado, muito cuidado, com os termos e palavras que utilizamos no nosso dia-a-dia. Se existem um sem número de combinações diferentes é só começar a dar-lhes a devida atenção. E dizer apenas o que deve e pode ser dito.
"Pode-se prometer acções, mas não sentimentos, pois estes são involuntários. Quem promete a alguém amá-lo sempre, ou odiá-lo sempre, ou ser-lhe sempre fiel, promete algo que não está em seu poder; mas o que pode perfeitamente prometer são aquelas acções que, na verdade, são geralmente as consequências do amor, do ódio, da fidelidade, mas que também podem emanar de outras razões, pois a uma acção conduzem diversos caminhos e motivos. A promessa de amar sempre alguém significa, portanto: enquanto eu te amar, manifestar-te-ei as acções do amor; se eu já não te amar, pois, não obstante, receberás para sempre de mim as mesmas acções, ainda que por outros motivos. De modo que a aparência de que o amor estaria inalterado e continuaria sendo o mesmo permanece na cabeça das outras pessoas. Promete-se, por conseguinte, a persistência da aparência do amor, quando, sem ilusão, se promete a alguém amor perpétuo". F. Nietzsche in 'Humano, Demasiado Humano'.
Imagem © Direitos reservados
0 comments:
Enviar um comentário