PRINCÍPIO DA SEMANA #83

pa·ra·do·xo- (latim paradoxum, i, do grego parádoxos); Surpreendente; Estranho; Extraordinário; Opinião contrária à comum; Facto incrível; Desconchavo.

Dependendo de uma suposição da linguagem falada, visual ou matemática, o paradoxo modela a realidade. Expõe palavras ou ideias que, apesar de possuírem significados diferentes, estão relacionadas entre si. É, portanto, uma ideia ou afirmação lógica, que transmite uma mensagem que contradiz a sua estrutura.

Representando uma ausência de lógica ou de nexo, o paradoxo é das coisas mais enigmáticas que podemos observar nos outros, à nossa volta e sobretudo em nós. É também um dos maiores desafios que podem existir para a nossa mente. Daqueles que nos prendem para sempre. E, também por isso, das maiores dádivas e belezas que podemos vivenciar. Todos temos, vivemos, paradoxos em nós, sentimentos, pensamentos, acções contrárias entre si e que, por isso mesmo, fazem de nós seres imperfeitos, mas não será exactamente isso que nos define como seres ditos humanos? E não deveremos aceitar (finalmente e de uma vez por todas) que assim o é?

Parece-me que todos os nossos paradoxos fazem de nós exactamente aquilo que somos, ou seja, seres únicos. Singulares. Incompreensíveis, muitas vezes. Se pensarmos que num único dia, ou até hora, podemos sentir sentimentos totalmente contrários entre si, sobre a mesma situação, torna-se fácil entender que por mais absurdo e de difícil compreensão que algo nos possa parecer, os paradoxos não estão certos nem errados. Simplesmente estão sempre presentes na natureza e em nós. 

Um dos paradoxos que considero ser um drama muito vivido pela maior parte de nós é paradoxo do medo e da ansiedade. O medo que temos de que algo em específico aconteça, seja um acontecimento, seja uma situação incómoda, dolorosa, logo indesejável parece aumentar substancialmente a probabilidade de que essa mesma situação se virifique. Diria até que parece que há algo em nós, uma força que nos guia, nessa mesma procura e acabamos muitas vezes por ser nós mesmos a fazer com que aconteça, o pior dos nossos pesadelos. Andamos imenso tempo ansiosos, nervosos a pensar em mil e uma formas "daquilo" não se tornar realidade e vivemos isso de tal forma, que para além de não vivermos a realidade, como ela realemente é, somos totalmente absorvidos pelo medo que, não tenho a menor dúvida, acaba mesmo por provocar o que não queríamos.

Não é fácil, nada, viver com ideias e ainda menos, sentimentos paradoxais dentro de nós. Acredito que um dos nossos maiores desafios é sempre a escolha, de um dos lados.

"O paradoxo curioso é que quando eu me aceito como eu sou, então eu mudo". C. Rogers

Imagem © Direitos reservados

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