Flu.ir- Correr em estado líquido; Deslizar; Dinamar.
"Um monte de pedras deixa de ser um monte de pedras no momento em que um único homem o contempla, nascendo dentro dele a imagem de uma catedral."- Antoine de Saint-Exupéry.
Fluir é, para mim, muito mais que uma palavra. É uma filosofia de vida. Acredito que nunca devemos planear demasiado, o planeamento seja de que ordem for é importante, claro, mas deve ser feito com alguma contenção.
Logo à partida, deixar fluir pode ser confundido com alguma inércia e inactividade, mas não é. Pelo contrário, é compreensão, aceitação das coisas e da natureza do "rio da vida". Quantas vezes não queremos controlar tudo? Os acontecimentos, situações, os nossos pensamentos, emoções, os outros... Todos já o fizemos e fazemos no dia-a-dia. E, é esta mesma necessidade de controlo que nos gera ansiedade, inquietude e principalmente o não vivermos o que realmente acontece, na nossa vida por não "o" vermos. É muito importante fazer o exercício e aprender a não controlar e portanto a deixar fluir.
Quando queremos muito uma coisa é normal não pararmos de pensar nela e em como vamos fazer para a atingir. Planear portanto. O problema é quando o que queremos não acontece. Ficamos tristes, mal-humorados e em última instância revoltados até. Não conseguimos ver, no imediato, que se não foi como queríamos é porque existe alguma razão para isso. Existe aqui o inesperado e por natureza não lidamos bem com isso, principalmente quando contraria algo que queremos muito e ai ficamos cheios de pensamentos e sentimentos maus, negativos, que nada nos trazem de valor acrescentado. É sempre muito fácil falar e mais difícil pôr em prática. Pessoalmente também planeio, claro, e adoro no princípio de cada semana, como hoje por exemplo, planear a semana, faço listas e mais listas de tarefas, mesmo muitas vezes tendo tudo no pensamento. Sou pessoa de listas ponto. Na maior parte das vezes não as consigo cumprir na íntegra logo o exercício que faço sempre ao final de cada dia e de cada semana é aceitar que não vale a pena ficar aborrecida com o não ter conseguido fazer tudo, não vale mesmo, amanhã é outro dia, um novo (re)começo.
Com isto tudo, de forma alguma, estou a afirmar que devemos ter uma atitude de resignação, pelo contrário. Podemos e devemos ter os nossos objectivos e metas e fazer tudo sempre para os alcançar, mas podemos e devemos saber lidar com contrariedades e estar receptivos para e perceber (novas) oportunidades que chegam até nós. Como dizia John Lennon, "A vida é aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro".
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:)
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